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Leitura Adicional

ACADEMIA | Simpósio 4 do VI SIMELP - Literatura Brasileira: relações e incursões entre história, cultura, política e língua (I)


15 November 2017 | By SISU Português | SISU

SIMPÓSIO 4 – Literatura Brasileira: relações E INCURSÕES entre história, cultura, POLÍTICA e língua

 

Coordenadores:

Adeítalo Manoel Pinho | Universidade Estadual de Feira de Santana/UEFS, BA | adeitalopinho@gmail.com

Mauro Nicola Póvoas | Universidade Federal do Rio Grande/FURG, RS | mnpovoas@gmail.com

 

Resumo:

Este simpósio pretende ser uma continuação de grupos de trabalho ocorridos em 2011, no III SIMELP, e 2015, no V SIMELP. Nesta nova proposta, contando com a presença de alguns dos apresentadores dos simpósios anteriores, seguimos avançando a discussão das relações da literatura com a história, a cultura e a língua. Em vista da situação do Brasil contemporâneo, resolvemos incluir o item “política” aos propósitos de reflexão.

Pretende-se avaliar produções do sistema literário brasileiro como personificações amplas da cultura e da literatura de língua portuguesa em âmbito internacional. Deseja-se estabelecer diálogos com autores próximos, como Zélia Gatai, João Ubaldo Ribeiro, Dyonélio Machado, Luiz Antonio de Assis Brasil ou de outras geografias, como Mia Couto, Cardoso Pires e José Saramago.  Se, por um lado, o simpósio deseja tornar cada vez mais visíveis sistemas de literatura brasileiros (por exemplo, o sistema baiano ou o gaúcho) em moldura cultural nacional e internacional, também deseja colher contribuições internacionais a respeito dos autores, da geografia cultural e dos temas (colonização e formação nacional em língua portuguesa) aqui expostos. Pretende-se continuar verificando a recepção, tradução e estudos da literatura brasileira em outros países. Também será discutida a forma como os intelectuais e literatos estão percebendo a demanda política e social do Brasil contemporâneo, tanto em criações ficcionais e poéticas, quanto em reflexões críticas e historiográficas.

Dessa forma, o simpósio seguirá acolhendo propostas de trabalho do Brasil e de outros países que se veem dentro da problemática da pós-colonialidade da literatura, da língua e da cultura. Além disso, são bem-vindas propostas acerca da recepção dos autores como Gregório de Matos, Padre Antônio Vieira, Castro Alves, Ruy Barbosa, Jorge Amado, Erico Verissimo, Clarice Lispector, Adonias Filho, Lygia Fagundes Telles, Aleilton Fonseca e outros.

 

Palavras-chave: Literatura Brasileira, Cultura, Colonização, Contemporaneidade, Política.

 

Minibiografias:

Adeítalo Manoel Pinho é Doutor em Letras pela PUCRS (2008). Professor Titular de Literatura Brasileira da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). É coordenador do GELC, Grupo de Estudos Literários Contemporâneos, e do Centro de Pesquisa em Literatura e Diversidade Cultural, ambos da UEFS. Autor do livro Perfeitas memórias: literatura, experiência e invenção (7 Letras, 2011). Foi membro suplente do Conselho Consultivo da ABRALIC (gestões 2009-2011; 2012-2013).

Mauro Nicola Póvoas é Doutor em Letras pela PUCRS (2005). Realizou estágio pós-doutoral na Universidade de Lisboa (2008). Professor associado de Teoria da Literatura da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). É coordenador do Programa de Pós-Graduação em Letras (Mestrado e Doutoraod em História da Literatura) da FURG.

 

 

Resumos dos trabalhos aprovados

Comunicação 1

Literatura brasileira: a escrita, o biográfico e a cultura

 

Autor: Adeítalo Manoel Pinho – UEFS – adeitalopinho@gmail.com

 

Resumo: Seguindo a tônica das grandes construções intelectuais brasileiras, a literatura esteve empenhada em compreender e auxiliar na construção cultural do Brasil. Isto foi necessário pelo fato do país nascer em momento posterior à constituição das grandes nações, entenda-se da Europa, ou seja, da própria concepção de nação. Sendo assim, tanto a compreensão para si quanto para as outras nações, a sua afirmação precisaria de textos, discursos e narrativas que construíssem tal compreensão nacional. O Brasil constituiu-se primeiramente em textos para depois praticar e consolidar formato e cotidiano nacional, vivência que ainda hoje estamos aprendendo a organizar e aprimorar. Na literatura brasileira, tornou-se recorrente erguer narrativas que partem ou se encerram naquilo que se chamou de “cor local” (Machado de Assis). Outro nome para o fenômeno também pode ser denúncia (Silviano Santiago), etc. De alguma forma, a força de temas os quais explicam, descobrem ou narram fenômenos culturais amplos ou acontecimentos marcantes de alguma parte do Brasil assemelham-se a um grande diário. Aproveitaremos as ideais críticas de Leonor Arfuch, em seu Espaço biográfico (1910), para investigar mais uma vez tais temas da brasilidade, com as nuanças da emergência política contemporânea brasileira. Escritas ficcionais de autores como Conceição Evaristo, Ana Maria Gonçalves, Jorge Amado, João Ubaldo Ribeiro e Aleilton Fonseca serão lembrados nesta reflexão, cuja base teórica ainda incorpora Edward Said, Silviano Santiago, Stephen Greenblatt, Michel Maffesoli.

Palavras-chave: Literatura brasileira; Biográfico; Cultura; Identidade; Contemporaneidade.

 

Minibiografia: Doutor pela PUCRS (2008). Professor Titular de Literatura Brasileira da Universidade Estadual de Feira de Santana. É Coordenador do GELC, Grupo de Estudos Literários Contemporâneos, e do Centro de Pesquisa em Literatura e Diversidade Cultural, ambos da UEFS. Autor do livro Perfeitas Memórias: literatura, experiência e invenção (7 Letras, 2011). Foi membro suplente do Conselho Consultivo da ABRALIC (gestões 2009-2011; 2012-2013).


Comunicação 2

Do Paraguai a Canudos: Caballero O pêndulo de Euclides em diálogo

 

Autor: Adenilson de Barros de Albuquerque – IFPR – adenilson.albuquerque@ifpr.edu.br

 

Resumo: Os motivos, os meandros e as consequências da Guerra do Paraguai (1864-1870) assim como da Guerra de Canudos (1896-1897) foram registrados em documentos oficiais e não oficiais. Elas também estão evidenciadas em diversos gêneros de composições artísticas. Nas expressões escritas, especificamente, omissões, invenções e juízos de valor aparecem a serviço da propagação de imagens que ajudam a construir culpados e heróis. Dentre tais expressões, os romances históricos contribuem, em grande medida, para que o leitor compreenda e interprete as muitas facetas desses conflitos que ultrapassam os encontros bélicos. O estudo comparativo das diferentes estratégias narrativas propostas nos romances que dialogam com as temáticas da Guerra do Paraguai e da Guerra de Canudos pode, assim, ser uma possibilidade fundamental para se ampliar a visão sobre duas das páginas importantes da história da América Latina. Nessa direção, esta comunicação traz à tona a leitura de dois romances: Caballero (1987), de Guido Rodríguez Alcalá e O pêndulo de Euclides (2009), de Aleilton Fonseca. Nessas obras, o tempo da narrativa acontece, especialmente, posteriormente ao tempo da temática central. Por meio das memórias dos protagonistas e da mediação crítica entre história e ficção, Rodríguez Alcalá e Fonseca, propõem, respectivamente, aspectos instigantes do passado por eles revisitado cujos ecos ganham nova vida a partir de suas leituras. Para a apreciação comparada desses romances, autores como Uslar Pietri (1990), Santiago (2000), Coutinho (2003) e Fleck (2011) serão consultados como eixo basilar.

Palavras-chave: Conflitos bélicos; Mediação; Encontros de cultura; Romance histórico; Memória.

 

Minibiografia: Professor de Língua Portuguesa e Espanhola no Instituto Federal do Paraná/Campus Umuarama. Doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Letras da Unioeste/Cascavel-PR. Integrante do grupo de pesquisa “Ressignificações do passado na América Latina: leitura, escrita e tradução de gêneros híbridos de história e ficção – vias para a descolonização”, coordenado pelo Prof. Dr. Gilmei Francisco Fleck.


Comunicação 3

Dom Pedro Casaldáliga: poesia, cultura e engajamento em Mato Grosso

 

Autora: Adriana Lins Precioso – UNEMAT – adrianaprecioso@unemat.br

 

Resumo: Desde o período da Colonização, a ocupação da Amazônia Brasileira tem apresentado inúmeros conflitos de interesse entre colonizadores e colonizados, evidenciando grande desvantagem por parte dos indígenas. Ainda no século XX, o processo de povoamento e colonização continua em espaços como a Amazônia Legal, área geopolítica criada no segundo governo Vargas e que inclui os estados de Mato Grosso, Tocantins e o oeste do Maranhão. O cenário atual revela a expansão agropecuária, a modernização da agricultura e a utilização de produtos químicos nos plantios de larga escala. (MAGALHÃES, 2001). É esse o contexto de inserção do espanhol Dom Pedro Casaldáliga, em 1968, na região de São Félix do Araguaia, em Mato Grosso. Um dos mentores mais ativados na Teologia da Libertação, vertente católica desenvolvida na América do Sul e que tem como um dos principais objetivos: fazer da igreja um instrumento de transformação social. A poesia de Casaldáliga emerge dessa conjuntura, testemunho de luta e resistência impressa em sua voz e na dos oprimidos dessa região. Denúncia e resistência são símbolos da sua poética e o mito judaico-cristão surge humanizado, participante ativo da possível mudança do chão da história atual. Sendo assim, a presente proposta busca apresentar a poesia de Dom Pedro Casaldáliga, em suas obras, Orações da caminhada (2005) e Versos Adversos: Antologia (2006), com o propósito de contribuir para a ampliação do sistema literário brasileiro da atualidade e visando a inclusão de escritores e produções que podem alargar os conceitos de cultura e literatura produzidos no Brasil, de forma específica, no estado de Mato Grosso.

Palavras-chave: Dom Pedro Casaldáliga; Poesia; Resistência; Cultura; Mato Grosso.

 

Minibiografia: Adriana Lins Precioso é doutora em Teoria da Literatura – Literatura Comparada pela UNESP/IBILCE de São José do Rio Preto-SP. Atua como docente na área de Literatura no curso de Letras da Universidade do Mato Grosso (UNEMAT), Campus Universitário de Sinop e no Programa de Pós-Graduação Profissional em Letras – Profletras, no qual exerce a função de coordenadora (2016-2018). Coordena o Grupo de Pesquisa certificado pelo CNPq “Estudos Comparativos de Literatura: tendências identitárias, diálogos regionais e vias discursivas.”


Comunicação 4

Poesia e tragédia nos sertões da Guerra de Canudos

 

Autor: Aleilton Fonseca – UEFS – aleilton50@gmail.com

 

Resumo: Neste estudo pretendemos analisar o livro Tragédia épica (Guerra de Canudos), de Francisco Mangabeira (1879-1904) a fim de demonstrar a apropriação do tema histórico pelo discurso poético, que se estrutura a partir de uma visão épica dos episódios da guerra. Ao participar da Campanha da Guerra de Canudos, ocorrida nos sertões da Bahia em 1896-1897, o acadêmico de medicina e poeta testemunhou o conflito entre o exército republicano brasileiro e os sertanejos do arraial do Belo Monte, na luta trágica que marcou a História do Brasil. Profundamente tocado pela guerra, o poeta compôs vinte cantos sobre as diversas situações, circunstâncias e consequências dos combates, focalizando a ações do exército e a heroica resitência dos conselheristas. Publicado em 1900 e só reeditado em 2010, o livro de Mangabeira faz parte dos registros e representações dos dramas pessoais e coletivos, das ações e vicissitudes do conflito. Pretendemos percorrer os principais cantos da Tragédia épica seguindo seu movimento de contraponto, em que ora os soldados ora os sertanejos assumem o protagonismo na arena poética, numa espécie de concerto de vozes e perspectivas díspares, – desiguais, em luta encarniçada, mas consoantes na partitura da trama, como se fossem atores de uma peça trágica. No estudo, estabeleceremos comparações entre trechos dos poemas e fragmentos da escrita de Euclides da Cunha, em Os sertões (1902), que sinalizam a percepção agônica da condição humana dos sertanejos, vistos como sujeitos de uma saga, em defesa da sobrevivência, em sua espantosa resistência à destruição militar. Pretendemos demonstrar a importância da Tragédia épica como um canto elegíaco que denuncia a Guerra de Canudos como um crime do governo republicano, considerando os soldados e os sertanejos igualmente vítimas de um lamentável erro político.

Palavras chave: Guerra de Canudos; Francisco Mangabeira; Os sertões.

 

Minibiografia: É escritor, ensaísta e professor de Literatura, possui graduação em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia (1982), mestrado em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (1992) e doutorado em Letras (Literatura Brasileira) pela Universidade de São Paulo (1997). Atualmente é professor pleno (= titular) da Universidade Estadual de Feira de Santana, atuando na graduação e no Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários (ProgEL). 

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