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Leitura Adicional
História nunca desaparece da vista e memória
26 May 2018 | By Zhan Luoheng | SISU
A raiz é a última coisa que se larga. A história é tal como essa raiz: se compararmos o presente e o futuro à árvore, é com a história que a «árvore» se nutre e cresce, assim se cobre de folhas, desabrocha e dá frutos. Para uma nação, a história é a raiz da identidade nacional, e nós, o povo, temos de sabê-la de cor e guardar sempre no coração tanto os tempos de glória como o caminho duro e escabroso da evolução do nosso grande país.
Nos dias 19 e 20 de maio deste ano, sob a organização da SISU GLOBAL, fui, juntamente com outros alunos de línguas estrangeiras da Universidade, às cidades de Nanjing e Changzhou visitar o Museu de Nanjing, o Salão Memorial das Vítimas do Massacre de Nanjing, e o Salão Memorial de Jiang Chunfang, criador e reitor da Escola de Língua Russa de Xangai (atualmente SISU), para conhecer melhor a história do próprio país. Porém, o significado das visitas está longe disso. Além de tomar melhor conhecimento da história e cultura da China nos tempos antigos e modernos, com essas visitas voltei a pensar, desta vez com mais profundidade, na relação entre a história do país e as novas gerações: que influência desempenha a história sobre nós; com o passado da nação, o que se faz no presente e com que atitude perspetivamos o futuro, para melhor nos dedicarmos à revitalização, à solidariedade da nação e à paz e harmonia mundiais, etc.
Nunca seria enfastioso repetir a visita por mil vezes ao Museu de Nanjing. Aberto gratuitamente ao público, o Museu consiste em seis galerias relativas à história e cultura da China, especialmente da província de Jiangsu, que incluiu ao longo da história cidades importantes a nível cultural, económico e político. Os museus, como contadores fidedignos da história e ciências humanas, conseguem sempre ganhar o apreço das pessoas modernas e ajudá-las assim a conhecer, de forma resumida, mas sistemática e profunda, a evolução da humanidade, a fisionomia singular de uma cidade, um país ou uma nação. Neste caso, o Museu de Nanjing ofereceu-me uma China Antiga com civilização esplendorosa e com ele, toda orgulhosa, senti a urgência de me equipar com mais conhecimento das sublimes culturas chinesas e de mostrá-las a todo o mundo sem demora.
No entanto, andei com uma sensação completamente diferente durante a visita ao Salão Memorial das Vítimas do Massacre de Nanjing. Foi uma mistura de indignação e depressão, de alívio e gratidão, assim como de preocupação. Indignada pelo vandalismo e atrocidade dos invasores japoneses; deprimida pelo sofrimento e tormento das vítimas; grata aos “anjos” chineses e estrangeiros que correram, na altura, risco de vida para lançarem-se no tratamento médico e abrigo dos refugiados, na denúncia e protesto pela violência dos invasores: além dos compatriotas corajosos que trabalharam em hospitais e abrigos, aqueles com que fiquei tocada foram os estrangeiros que corriam de um canto para o outro na cidade a participar na operação de salvamento, a saber: Robert Wilson, que quase todos os dias operava cirurgias de sobrecarga para os refugiados; Minnie Vautrin, considerada a padroeira das mulheres e crianças chinesas; Bernhard Arp Sindberg e Karl Günther, que disponibilizaram a fábrica de cimento para agasalhar os refugiados; John Magee, que gravou às escondidas a atrocidade japonesa; entre outros. Felizmente, as devidas condenações infligidas aos demónios japoneses levaram ao povo a justiça e alívio, e fiquei aliviada ainda pela lembrança clara dessa história por parte do nosso governo, que tem lutado pelos direitos humanos das vítimas – tendo criado o Salão Memorial e o Dia das Vítimas de Massacre de Nanjing (13 de dezembro) para homenagear os sobreviventes e mais de 300 mil mortos – e pelo esforço do mundo na divulgação da história do desastre ao mundo, como os conhecido Zhang Chunru, cuja publicação da obra O Holocausto Esquecido da Guerra Mundial atraiu grande atenção da comunidade internacional à história do Massacre de Nanjing; Ben Kadishman, que doou ao Salão artigos da exposição de homenagem ao holocausto judeu Fallen Leaves; Matsuoka Tamaki, que se empenhou às visitas às testemunhas da história, à publicação de livros, à filmagem e exposições relevantes ao Massacre durante trinta anos; e claro, muitos outros sem nome conhecido, mas que se engajaram no assunto. O dia da nossa visita coincidiu com a Exposição de Fotos da Família dos Sobreviventes do Massacre. Passando pelas fotos onde, sentados no centro, os sobreviventes, já com cabelo todo branco e o rosto coberto de rugas, rodeados por filhos e netos, senti a força da vida: sofrido da história pesada, o povo chinês nunca se abateu. A vida e o espírito dos sobreviventes, agarrados a essa história, vai-se prolongando por gerações e gerações.
Ao mesmo tempo, contudo, estou preocupada pelo facto de que ainda há muitos chineses, sobretudo das gerações mais novas que, cada dia mais longe deste acontecimento cinzento, ou não têm consciência e interesse pela compreensão mais profunda do massacre, tendo senão uma noção geral, ou não sabem a história; para não falar de estrangeiros, alguns dos quais ainda não conhecem a verdadeira China, enquanto não são capazes de distinguir a autenticidade das notícias que tentam demonizar a imagem chinesa. Ainda se precisam mais testemunhas, registadores e contadores a juntar-se na narração desta história pesada ao mundo.
Graças ao relato dos sobreviventes, à gravação de John Magee, ao Diário de Rabe, Diário de Vautrin, Diário de Cheng Ruifang, que servem de primeiros registadores, temos acesso direto à história dessa catástrofe humana. Ao longo das oito décadas, geração após geração, inúmeras pessoas vindas de países e comunidades diferentes visam mais conhecimento da história no mundo. E agora, é a nossa hora, jovens chineses, de pensar na nossa responsabilidade e deveres quanto à história.
O tempo de visita ao Salão Memorial das Vítimas do Massacre de Nanjing não foi o suficiente para tomar um conhecimento profundo da história. No entanto, foi bastante a sensação para que me estimulasse mais leitura e pesquisa para uma melhor compreensão. Durante a visita, com remorso, não parei de perguntar a mim mesma como eu podia atuar antes com tanta indiferença, que nem tinha muita vontade de olhar de perto para o sofrimento passado do meu próprio país. Sempre com grande desejo de conhecer a história brilhante da China Antiga, vim negligenciando os tempos difíceis da história moderna da China. A civilização deslumbrante pode ajudar o povo a aumentar o orgulho pelo país e a identidade nacional, enquanto as desgraças e sacrifícios por que o país passou fazem com que as gerações atuais percebam as dificuldades na história de luta sangrenta do povo e a dureza no percurso de formação do país, que estejam cientes da grandeza do país-natal, que valorizem melhor a segurança, a estabilidade e o bem-estar garantidos pelo governo atual e a importância da paz mundial.
A história não se pode esquecer e o Massacre de Nanjing nunca pode desaparecer da vista e memória das novas gerações. Eu, como cidadã chinesa, tenho o dever de conhecer o mais profundamente possível a nação e de contribuir para o desenvolvimento do país; como jovem chinesa, cabe-me juntar-me aos contadores da história e criadores do futuro nacional; como estudante de língua estrangeira da SISU, tenho responsabilidade de contar com línguas estrangeiras e transmitir ao mundo a imagem chinesa inabalável, como o que estou a fazer agora. Mais importante, como pessoa civilizada, é preciso colocar sempre na cabeça desgraças ocorridas nas guerras humanas como moral da história e alimentar, com ramos de oliveira no colo, a esperança da permanente paz mundial.
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