Contacto de Imprensa

SISU News Center, Office of Communications and Public Affairs

Tel : +86 (21) 3537 2378

Email : news@shisu.edu.cn

Address :550 Dalian Road (W), Shanghai 200083, China

Leitura Adicional

História nunca desaparece da vista e memória


26 May 2018 | By Zhan Luoheng | SISU

A raiz é a última coisa que se larga. A história é tal como essa raiz: se compararmos o presente e o futuro à árvore, é com a história que a «árvore» se nutre e cresce, assim se cobre de folhas, desabrocha e dá frutos. Para uma nação, a história é a raiz da identidade nacional, e nós, o povo, temos de sabê-la de cor e guardar sempre no coração tanto os tempos de glória como o caminho duro e escabroso da evolução do nosso grande país.

 

Nos dias 19 e 20 de maio deste ano, sob a organização da SISU GLOBAL, fui, juntamente com outros alunos de línguas estrangeiras da Universidade, às cidades de Nanjing e Changzhou visitar o Museu de Nanjing, o Salão Memorial das Vítimas do Massacre de Nanjing, e o Salão Memorial de Jiang Chunfang, criador e reitor da Escola de Língua Russa de Xangai (atualmente SISU), para conhecer melhor a história do próprio país. Porém, o significado das visitas está longe disso. Além de tomar melhor conhecimento da história e cultura da China nos tempos antigos e modernos, com essas visitas voltei a pensar, desta vez com mais profundidade, na relação entre a história do país e as novas gerações: que influência desempenha a história sobre nós; com o passado da nação, o que se faz no presente e com que atitude perspetivamos o futuro, para melhor nos dedicarmos à revitalização, à solidariedade da nação e à paz e harmonia mundiais, etc.

 

 

Nunca seria enfastioso repetir a visita por mil vezes ao Museu de Nanjing. Aberto gratuitamente ao público, o Museu consiste em seis galerias relativas à história e cultura da China, especialmente da província de Jiangsu, que incluiu ao longo da história cidades importantes a nível cultural, económico e político. Os museus, como contadores fidedignos da história e ciências humanas, conseguem sempre ganhar o apreço das pessoas modernas e ajudá-las assim a conhecer, de forma resumida, mas sistemática e profunda, a evolução da humanidade, a fisionomia singular de uma cidade, um país ou uma nação. Neste caso, o Museu de Nanjing ofereceu-me uma China Antiga com civilização esplendorosa e com ele, toda orgulhosa, senti a urgência de me equipar com mais conhecimento das sublimes culturas chinesas e de mostrá-las a todo o mundo sem demora.

 

 

No entanto, andei com uma sensação completamente diferente durante a visita ao Salão Memorial das Vítimas do Massacre de Nanjing. Foi uma mistura de indignação e depressão, de alívio e gratidão, assim como de preocupação. Indignada pelo vandalismo e atrocidade dos invasores japoneses; deprimida pelo sofrimento e tormento das vítimas; grata aos “anjos” chineses e estrangeiros que correram, na altura, risco de vida para lançarem-se no tratamento médico e abrigo dos refugiados, na denúncia e protesto pela violência dos invasores: além dos compatriotas corajosos que trabalharam em hospitais e abrigos, aqueles com que fiquei tocada foram os estrangeiros que corriam de um canto para o outro na cidade a participar na operação de salvamento, a saber: Robert Wilson, que quase todos os dias operava cirurgias de sobrecarga para os refugiados; Minnie Vautrin, considerada a padroeira das mulheres e crianças chinesas; Bernhard Arp Sindberg e Karl Günther, que disponibilizaram a fábrica de cimento para agasalhar os refugiados; John Magee, que gravou às escondidas a atrocidade japonesa; entre outros. Felizmente, as devidas condenações infligidas aos demónios japoneses levaram ao povo a justiça e alívio, e fiquei aliviada ainda pela lembrança clara dessa história por parte do nosso governo, que tem lutado pelos direitos humanos das vítimas – tendo criado o Salão Memorial e o Dia das Vítimas de Massacre de Nanjing (13 de dezembro) para homenagear os sobreviventes e mais de 300 mil mortos – e pelo esforço do mundo na divulgação da história do desastre ao mundo, como os conhecido Zhang Chunru, cuja publicação da obra O Holocausto Esquecido da Guerra Mundial atraiu grande atenção da comunidade internacional à história do Massacre de Nanjing; Ben Kadishman, que doou ao Salão artigos da exposição de homenagem ao holocausto judeu Fallen Leaves; Matsuoka Tamaki, que se empenhou às visitas às testemunhas da história, à publicação de livros, à filmagem e exposições relevantes ao Massacre durante trinta anos; e claro, muitos outros sem nome conhecido, mas que se engajaram no assunto. O dia da nossa visita coincidiu com a Exposição de Fotos da Família dos Sobreviventes do Massacre. Passando pelas fotos onde, sentados no centro, os sobreviventes, já com cabelo todo branco e o rosto coberto de rugas, rodeados por filhos e netos, senti a força da vida: sofrido da história pesada, o povo chinês nunca se abateu. A vida e o espírito dos sobreviventes, agarrados a essa história, vai-se prolongando por gerações e gerações.

 

3.jpg

 

4.jpg

 

5.jpg

 

6.jpg

 

Ao mesmo tempo, contudo, estou preocupada pelo facto de que ainda há muitos chineses, sobretudo das gerações mais novas que, cada dia mais longe deste acontecimento cinzento, ou não têm consciência e interesse pela compreensão mais profunda do massacre, tendo senão uma noção geral, ou não sabem a história; para não falar de estrangeiros, alguns dos quais ainda não conhecem a verdadeira China, enquanto não são capazes de distinguir a autenticidade das notícias que tentam demonizar a imagem chinesa. Ainda se precisam mais testemunhas, registadores e contadores a juntar-se na narração desta história pesada ao mundo.

 

Graças ao relato dos sobreviventes, à gravação de John Magee, ao Diário de Rabe, Diário de Vautrin, Diário de Cheng Ruifang, que servem de primeiros registadores, temos acesso direto à história dessa catástrofe humana. Ao longo das oito décadas, geração após geração, inúmeras pessoas vindas de países e comunidades diferentes visam mais conhecimento da história no mundo. E agora, é a nossa hora, jovens chineses, de pensar na nossa responsabilidade e deveres quanto à história.

 

O tempo de visita ao Salão Memorial das Vítimas do Massacre de Nanjing não foi o suficiente para tomar um conhecimento profundo da história. No entanto, foi bastante a sensação para que me estimulasse mais leitura e pesquisa para uma melhor compreensão. Durante a visita, com remorso, não parei de perguntar a mim mesma como eu podia atuar antes com tanta indiferença, que nem tinha muita vontade de olhar de perto para o sofrimento passado do meu próprio país. Sempre com grande desejo de conhecer a história brilhante da China Antiga, vim negligenciando os tempos difíceis da história moderna da China. A civilização deslumbrante pode ajudar o povo a aumentar o orgulho pelo país e a identidade nacional, enquanto as desgraças e sacrifícios por que o país passou fazem com que as gerações atuais percebam as dificuldades na história de luta sangrenta do povo e a dureza no percurso de formação do país, que estejam cientes da grandeza do país-natal, que valorizem melhor a segurança, a estabilidade e o bem-estar garantidos pelo governo atual e a importância da paz mundial.

 

A história não se pode esquecer e o Massacre de Nanjing nunca pode desaparecer da vista e memória das novas gerações. Eu, como cidadã chinesa, tenho o dever de conhecer o mais profundamente possível a nação e de contribuir para o desenvolvimento do país; como jovem chinesa, cabe-me juntar-me aos contadores da história e criadores do futuro nacional; como estudante de língua estrangeira da SISU, tenho responsabilidade de contar com línguas estrangeiras e transmitir ao mundo a imagem chinesa inabalável, como o que estou a fazer agora. Mais importante, como pessoa civilizada, é preciso colocar sempre na cabeça desgraças ocorridas nas guerras humanas como moral da história e alimentar, com ramos de oliveira no colo, a esperança da permanente paz mundial.

 

Compartilhar:

Contacto de Imprensa

SISU News Center, Office of Communications and Public Affairs

Tel : +86 (21) 3537 2378

Email : news@shisu.edu.cn

Address :550 Dalian Road (W), Shanghai 200083, China

Leitura Adicional