Contacto de Imprensa
SISU News Center, Office of Communications and Public Affairs
Tel : +86 (21) 3537 2378
Email : news@shisu.edu.cn
Address :550 Dalian Road (W), Shanghai 200083, China
Leitura Adicional
ACADEMIA | Simpósio 4 do VI SIMELP - Literatura Brasileira: relações e incursões entre história, cultura, política e língua (IV)
25 November 2017 | By SISU Português | SISU
SIMPÓSIO 4 – Literatura Brasileira: relações E INCURSÕES entre história, cultura, POLÍTICA e língua
Resumos dos trabalhos aprovados (continuação)
Comunicação 13
A representação da nação brasileira na obra Brasil, um país do futuro, de Stefan Zweig
Autor: Carlos Eduardo do Prado – UERJ/UFF – cadupradofr@gmail.com
Resumo: Esta comunicação propõe uma leitura crítica da obra Brasil, um país do futuro, do escritor vienense Stefan Zweig, ressaltando o olhar de um escritor estrangeiro do século XIX sobre o Brasil na década de 1940. Neste momento, a literatura é um importante aliado no projeto de criação de uma identidade nacional brasileira. Zweig, através da sua escrita, deseja mostrar um Brasil completamente livre de intolerâncias, violências e preconceitos, problemas que assombravam a Europa extremamente abalada pela 2ª Guerra Mundial.
Ele acreditava que o Brasil era uma possibilidade de conciliação e tranquilidade, diante de um panorama europeu tão catastrófico. Como os viajantes europeus que o antecederam, Zweig também é tocado pelas extraordinárias belezas naturais e riquezas do Brasil, bem como a convivência pacífica entre as diferentes etnias que aqui se instalaram. O autor revisita a imagem idealizada e mitológica do Brasil como o paraíso terrestre, o éden perdido e reencontrado nas terras localizadas no hemisfério sul do globo terrestre. O tão sonhado Eldorado, muitas vezes citado por viajantes, séculos antes, é descrito de maneira otimista e quase profética como único lugar na Terra onde a paz e a harmonia proporcionam a este lugar uma possibilidade de futuro utópico em que todos, independentemente de cor, religião ou posição, social experimentariam a verdadeira felicidade. Porém, seria mesmo o Brasil tão belo e tão pacífico, como é registrado em seu texto, ou seria apenas a percepção do olhar estrangeiro, tão acostumado com a visão eurocêntrica oitocentista, tentando (re)descobrir o Brasil e seu povo?
Palavras-chave: Identidade nacional; Olhares cruzados Europa/Brasil; Brasil e Europa século XIX; Literatura.
Minibiografia: Doutorando em Literatura, Teoria e Crítica Literária da Universidade Federal Fluminense (UFF), possui o título de mestre em Literaturas Francófonas pela mesma universidade. Licenciado desde 2013 em Letras -Português/Francês. Atua como professor assistente de francês língua estrangeira (FLE) no Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira – CAp UERJ. Participa do Projeto de Pesquisa da professora Doutora Maria Elizabeth Chaves de Mello – Olhares sobre o Brasil.
Comunicação 14
Lima Barreto e a crítica ao racismo científico
Autor: Carlos Henrique Gileno – UNESP/Araraquara – cgileno@uol.com.br
Resumo: A área de investigação está circunscrita às relações estabelecidas entre literatura e sociedade no Brasil. O principal objetivo é analisar a crítica ficcional que o escritor carioca Afonso Henrique de Lima Barreto (1881-1922) empreendeu contra os dogmas das teorias raciais europeias vigentes no início período republicano. A justificação é que Lima Barreto reprovou o uso que as elites intelectuais, científicas e políticas brasileiras fizeram daquelas teorias, as quais colaboraram para inviabilizar a plena constituição dos direitos civis dos ex-cativos na Primeira República (1889-1930). Nesses termos, a releitura das obras de Lima Barreto pode auxiliar na reflexão de uma pergunta que ainda aponta os limites impostos à realização da cidadania na modernidade conservadora brasileira contemporânea: atualmente, o legado da escravidão propicia aos afrodescendentes as mesmas condições de competição no interior da sociedade? A metodologia utilizada foi o estudo da obra de Lima Barreto, focando na crítica ao racismo científico contida nas suas narrativas ficcionais. Ao mesmo tempo, foram analisadas obras referentes ao contexto intelectual, político e social do Rio de Janeiro do início do século passado. A base teórica possui a característica de ligar a experiência da reconstrução do passado à experiência vivida no presente ao tentar descortinar possibilidades futuras de organização cultural, política e social. O exame da história literária e política nos permite identificar “estilos determinados” de pensamento que transcendem a sua época, perdurando no tempo ao trazerem novas perspectivas para a construção de projetos políticos e científicos na atualidade (BRANDÃO, 2007: 29). Os resultados preliminares indicam que Lima Barreto dialogou com um tipo de pensamento que se embasava num discurso racial e que legitimava a edificação de projetos políticos conservadores, demonstrando que a sociedade republicana era apenas formalmente igualitária, e o dogma racial buscava naturalizar as desigualdades.
Palavras-chave: Lima Barreto; Literatura e sociedade; Pensamento literário no Brasil; Primeira República (1889-1930); Questão racial no Brasil.
Minibiografia: Professor assistente doutor do Departamento de Antropologia, Política e Filosofia da Faculdade de Ciências e Letras, UNESP, campus de Araraquara, São Paulo, Brasil. Autor dos livros: Lima Barreto e a condição do negro e do mulato (1889-1930). São Paulo: Editora Annablume, 2010 e Perdigão Malheiro e a crise do sistema escravocrata e do Império (1822-1889). São Paulo: Editora Annablume, 2013. Atua nas áreas de Pensamento Político e Social no Brasil, Literatura e Sociedade, Cultura e Política.
Comunicação 15
Quincas Berro d’Água: o brasileiro fotografado pela lente de Jorge Amado
Autora: Denise Dias – UnB/IFAM – denise9345@hotmail.com
Resumo: O trabalho apresenta uma leitura do romance A morte e a morte de Quincas Berro d’Água de Jorge Amado, com enfoque na representação da minoria marginalizada, promovendo uma discussão imbricada entre literatura, história, e cultura. Baseado na teoria da carnavalização de Mikhail Bakhtin aborda-se alguns elementos carnavalizados da narrativa, como o riso, o grotesco e a paródia levando em consideração a dimensão crítica cultural que essas imagens veiculam. Essa narrativa amadiana revela as duas faces da sociedade. De um lado, o universo da ordem estabelecida, com o enquadramento dos indivíduos em instituições sociais respeitáveis, como a família, o casamento e o trabalho, enfim, o mundo oficial; de outro, o da desordem, a que Quincas se entrega ao rejeitar a lógica que o envolvia, descobrindo assim, no deboche, na malandragem, no cômico, formas de satirizar o mundo oficial. Inicialmente, procede-se a um breve resumo da obra. Em seguida, no exame do texto amadiano, as figurações da morte e o universo carnavalizado. De forma a concluir que o caráter encontrado na obra desfecha–se no Brasil, como o país do carnaval, a mescla fascinante entre o carnavalesco e o carnavalizador, a vida e a morte, o sagrado e profano, o grotesco e o sublime.
Palavras-chave: Literatura brasileira; Cultura; Carnavalização; Quincas Berro d’Água; Jorge Amado.
Minibiografia: Professora de Língua Portuguesa do Instituto Federal do Amazonas. Mestre em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, PUC – GO. Doutoranda vinculada à linha Literatura Comparada, no Departamento de Teoria Literária e Literaturas na Universidade de Brasília, orientador: Dr. João Vianney Cavalcanti Nuto. Cotutela com a Université de Rennes 2, orientadora: Dra. Rita Godet. Participante dos grupos de pesquisa: Literatura e Cultura-UnB e Formação docente, práticas educativas e representações artísticas e sociais – IFGoiano.
Comunicação 16
(Des)caminhos das leitoras de romances: o caso das personagens amadianas Ester e Malvina
Autora: Edinage Maria Carneiro da Silva – UEFS – edinagecarneiro@gmail.com
Resumo: A leitura de romances, por algum tempo, foi encarada como uma atividade potencialmente desencaminhadora da conduta feminina, sobretudo por se configurar como uma atividade solitária, não submetida a regras ou controle de uma autoridade externa (ABREU, 2003). A partir dessa ótica, pretendemos traçar um perfil das personagens Ester e Malvina, de Terras do sem fim (1942) e de Gabriela cravo e canela (1958), de autoria de Jorge Amado, enquanto leitoras de romances. Nota-se que estas mulheres têm comportamentos inesperados para os padrões da sociedade patriarcal em que estão inseridas. Como esposa e filha de coronéis, foram submetidas a uma educação cujo objetivo maior era a preparação para o casamento e o exercício da maternidade responsável. No entanto, transgridem as regras sociais determinantes do comportamento feminino e enfrentam uma sociedade patriarcal excludente, tendo em vista a conquista da liberdade. Importa observar de que forma essas transgressões foram influenciadas pela instrução que tiveram e pelas leituras romanescas feitas.
Palavras-chave: Instrução feminina; Leituras romanescas; Leitoras; Sociedade patriarcal.
Minibiografia: Edinage Maria Carneiro da Silva é Mestre em Literatura e Diversidade Cultural pela Universidade Estadual de Feira de Santana, especialista em Estudos Literários e em Texto e Gramática, também pela UEFS, onde integra o Grupo de Estudos Literários Contemporâneos (GELC), sob a coordenação do Prof. Dr. Adeítalo Manoel Pinho. Autora do livro Ilustres senhoras de romances: as leitoras de José de Alencar (UEFS Editora, 2016). Atua como docente do ensino básico da SEC da Bahia.
Contacto de Imprensa
SISU News Center, Office of Communications and Public Affairs
Tel : +86 (21) 3537 2378
Email : news@shisu.edu.cn
Address :550 Dalian Road (W), Shanghai 200083, China