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Leitura Adicional
Análise Comparativa entre o Romance Meu Pé de Laranja Lima e a Versão Cinematográfica dele (8)
01 June 2019 | By He Keren | SISU
2.1.2 Narrativa do filme
Em comparação com o livro, onde o escritor é mesmo o narrador, a narrativa do filme é mais complexa porque o filme tem de ser feito de cooperações entre tantas pessoas: roteirista, produtor, actores e atrizes, fotográfo, etc, e muitas vezes o realizador tem como função o “escritor” porque ele ou ela é principalmente responsável por coordenações em processo de produção e desempenha um papel criativo em atuações e constituição de tema de um filme. A definição da narrativa de filme é, como o teórico americano David Bordwell indica no seu livro Narration in the Fiction Filme, um processo de insinuar e orientar o público a construir história através de interações entre enredos e estilo de filme (apud. Xu: 2011, 29).[1]
Neste filme adaptado de um livro que conta a história de crescimento de uma criança, e que é de facto uma biografia do escritor, o realizador Marcos Bernstein aproveita flashback para apresentar a história. Flashback é a interrupção de uma sequência cronológica narrativa pela interpolação de eventos ocorridos anteriormente, ou seja, uma mudança de plano temporal.
No filme, aparece totalmente quatro vezes a cena de José Mauro Vasconcelos estar num cemitério onde enterrado o Manuel Valadares. A primeira vez é no início do filme. O escritor recebe a nova edição do seu livro e dirige-se ao cemitério, levando com ele o manuscrito do livro. Logo surge um menino que é o pequeno Vasconcelos, ou seja, o nosso protagonista Zezé. A segunda vez é depois do primeiro encontro real, em que o português dá uma lição ao menino por causa do seu comportamento mal-educado. Ao ler esta parte do seu manuscrito à frente da lápide do Manuel, o adulto concentra-se nas recordações infantis. A terceira vez do surgimento desta cena, é depois de o Zezé correr para o lugar onde aconteceu o acidente do Manuel, mas só vê as peças quebradas do seu carro mais bonito no mundo, pois o menino desmaiou devido ao choque e à tristeza profunda. O filme volta ao cemitério, o escritor mergulha-se em pensamento e podemos ver que existe foto do português naquela lápide. E no fim do filme, o escritor pinta duas barbas na foto do Manuel e deixa o cemitério, com um sorriso no rosto mas lágrimas nos olhos. Assim, a história do Zezé, que na verdade é a memória de Vasconcelos, é contada no filme usando a maneira de flashback. Para o realizador, o uso de flashback pode enriquecer o enredo do filme e mostra que é a história autobiográfica do escritor.
Como dito anteriormente, a narrativa de filme é uma concepção mais complexa do que a de romance, então de certo modo, a utilização da música também forma um elemento da narrativa cinematográfica. Nesse filme, destaca-se o uso da música alegre quando apresenta as cenas em que o Zezé sente felicidade: quando ele entra no seu mundo fantástico da imaginação e se diverte contentemente com o irmãozinho Luís; quando dá passeios com o seu amigo Portuga em carro bonito dele; quando conta as coisas interessantes ao seu pé de laranja lima; e quando o Manuel ouve o Zezé a descrever o seu universo de imaginação, etc. As músicas alegres fazem o público a sentir felicidades iguais às do menino e fazem parte integrante da narrativa do filme.
A narrativa de filme é diferente da de romance. A primeira procura a fluência de história e efeitos visuais que trazem ao público sentimentos emocionais específicos. Neste filme, a utilização de flashback e o aproveitamento de música realizam estes objetivos.
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