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Leitura Adicional
Análise Comparativa entre o Romance Meu Pé de Laranja Lima e a Versão Cinematográfica dele (9)
01 June 2019 | By He Keren | SISU
2.2 Expressão da imagem dos personagens
A análise da imagem dos personagens na obra é, normalmente, de acordo com dois aspetos: definição direta e descrição indireta. A definição direta significa definir as características dos personagens de maneira geral como usar adjetivo ou substantivo abstrato; por outro lado, a descrição indireta, que é mais importante numa obra, apresenta personagens através de ações, conversas entre eles, aparências e ambiente exterior, etc. Então, nessa parte faz-se uma análise dos personagens de Meu Pé de Laranja Lima conforme os dois aspetos referidos, focando principalmente as imagens e características dos personagens, incluindo as caractrísticas psicológicas.
2.2.1 Imagem do protagonista
O protagonista de Meu Pé de Laranja Lima é um menino de seis anos que se chama Zezé. Vivendo em Minas Gerais com a sua família, o Zezé sofre sempre, além das condições financeiras difíceis, da falta de afeto e das agressões tanto por parte do pai quanto por parte dos colegas. Porém, o menino tem uma grande capacidade de imaginação, o que o ajuda a ultrapassar as dores. O Zezé possui um confidente, o seu pé de laranja lima, no quintal da sua casa, e o seu grande amigo, o Portuga.
Nascido numa família pobre e numerosa, o Zezé é um rapaz que faz falta afeto e cuidado, e tem sofrido violência doméstica. Aqui a violência não só significa as agressões corporais, mas também as palavras que causam dano pisicológico à criança. Como no livro, em CAPÍTULO PRIMEIRO se descreve:
Porque em casa eu aprendia descobrindo sozinho e fazendo sozinho, fazia errado e fazendo errado acabava sempre tomando umas palmadas. Até bem pouco tempo ninguém me batia. Mas depois descobriram as coisas e vivem dizendo que eu era o cão, que eu era capeta, gato ruço de mau pêlo. (Vasconcelos: 1968, 5)
Felizmente, apesar de crescer neste ambiente, o rapaz não perde o seu mundo de fantasia. Ele leva o seu irmão menor Luís para esse universo criado quando o irmão queria se divertir.
Dessa vez agarrei a mãozinha e saímos para a aventura do quintal.
O quintal se dividia em três brinquedos. O Jardim Zoológico. A Europa que ficava perto da cerca bem feitinha da casa de seu Julinho. Por que Europa? Nem meu passarinho sabia. Lá que a gente brincava de bondinho de Pão de Açúcar. Pegava a caixa de botão e enfiava todos eles num barbante. (Tio Edmundo falava cordel). Eu pensei que cordel fosse cavalo. E ele explicou que era parecido, mas cavalo era corcel. Depois a gente amarrava uma ponta na cerca e a outra na ponta dos dedos de Luís. Subia todos os botões e soltava devagarzinho um por um. Cada bonde vinha cheio de gente conhecida. Tinha um bem pretão que era o bonde do negro Biriquinho. (Vasconcelos: 1968, 13-14)
No quintal da sua casa, o menino cria um mundo, onde pode fugir das agressões e dos acontecimentos desagradáveis, através do qual podemos perceber a grande capacidade de imaginação do Zezé, uma criança imaginativa e ingénua.
O ambiente de crescimento causa também uma outra característica do menino; ele é muitas vezes visto por familiares e por vizinhos como uma criança levada e ruim. Numa cena do filme, o menino corria com raiva numa igreja, apagando todas as velas à frente do ícone de Jesus, e gritando que ele próprio era o diabo que não deve nascer. Além disso, o Zezé disfarça a meia preta de mulher de cobra para assustar passageiros; entra no quintal de vizinhos para recolher manga secretamente; briga com outros rapazes e faz o morcego na estrada Rio-São Paulo.
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