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ACADEMIA | Políticas Linguísticas Externas de Portugal (5)


18 June 2018 | By Xue Yan | SISU

1.2 Na África   

Como referido na parte anterior do presente trabalho, os navegadores portugueses chegaram à África mais cedo do que ao Brasil e vieram iniciando a sua colonização na costa oriental da África. No entanto, em meados do século XVI, os ingleses, franceses e holandeses interessavam-se também por essas áreas, expulsando os portugueses das zonas costeiras e somente lhes restando algumas colónias, como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Inicialmente, Portugal não prestou muita atenção a essas colónias e por isso, não realizou iniciativas para promover o desenvolvimento da África, nem elaborou muitas políticas exclusivas à promoção da língua nesses territórios africanos, exceto em Angola, onde o governador Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho aprovou o decreto de 1765, que desencorajava o uso de línguas africanas na educação das crianças, para impedir a crescente africanização, cultural e linguística, da elite afro-portuguesa de Angola. Quanto a Moçambique, Newitt (1998) declara que durante os séculos XVI e XVII, os portugueses encontravam-se principalmente no litoral de Moçambique onde se realizavam atividade comercial, o principal motor dos contactos estabelecidos entre os portugueses e a população local, os portugueses não mudaram fundamentalmente a estrutura económica e social local.

 Com o reconhecimento da declaração de independência do Brasil em 1825, Portugal acentuou a expansão territorial no interior da África. Mais tarde, Portugal mudou a sua postura colonial com a realização da inauguração da Conferência de Berlim em 1884, à qual assistiram Portugal e outros 12 países europeus e na qual chegaram ao acordo sobre a maneira de divisão dos territórios coloniais (Quadro 14). A decisão tomada com maior peso na Conferência que afetou diretamente Portugal foi a declaração relativamente à liberdade de culto e a ocupação efetiva dos territórios.

 

Quadro 14  Partilha da África [1]

 

A partir daí, Portugal tomou ações para impor o seu domínio e explorar as potencialidades desses territórios coloniais africanos, ocupou-os de maneira exaustiva e estabeleceu a sua administração local.

No entanto, o “Mapa Cor de Rosa”[2] (Quadro 15) embateu de frente com os interesses imperiais ingleses de ligar o Cairo ao Cabo. Então, a 11 de janeiro de 1980, a Inglaterra entregou um Memorando[3] a Portugal, exigindo que Portugal retirasse as forças militares do território compreendido entre as colónias de Moçambique e Angola, tal incidente desencadeou um fervor nacionalista, o que apressou a queda da Monarquia e levou à instauração da República, em 1910.

 

Quadro 15  Mapa de Cor [4]

 

Em resumo, durante o período da Monarquia de Portugal, os portugueses saíram para o mar, começaram a sua colonização na América e na África. Desde o início, os portugueses focaram-se na missionação e na aquisição de fortuna e todas as suas ações foram desenvolvidas em torno dos seus interesses religiosos e económicos a curto prazo, faltando-lhe uma visão geral e estratégica a longo prazo. A penetração da língua nesses territórios teve muitas dificuldades. Na África, não tomaram uma política linguística ativa para promover a sua língua. Mas no Brasil, tomaram uma atitude mais positiva na promoção da língua como a imposição do português implementada pelo Marquês de Pombal.


[1]Fonte: Partilha da África, disponível em https://salacristinageo.blogspot.com/2011/06/partilha-da-africa.html, consultado a 27 de dezembro de 2017. 

[2] Mapa representativo da pretensão portuguesa de ligar Angola a Moçambique, numa vasta faixa de território que ligava o Oceano Atlântico ao Índico.

[3] Designado por Ultimato Britânico de 1890.

[4] Fonte: A questão do Mapa Cor-de-Rosa, disponível em

https://historianove.webnode.pt/news/a%20quest%C3%A3o%20do%20%22mapa%20cor-de-rosa%22/, consultado a 24 de dezembro de 2017.

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